photos by Paulo Almeida
2008-08-01
Morreu o toiro “64”, aquele que arrebatou multidões!
A notícia correu pela ilha como um furacão: MORREU O “64”!! Ninguém queria acreditar, uma vez que o boato é mais veloz que o som. Veja-se o boato que, há dois ou três anos atrás, varreu a ilha com alguém que inventou a mentira da morte da “Elisa”!Com o “64”, infelizmente, desta vez não o foi, uma vez que tivemos a confirmação pela voz do seu dono, o popular ganadeiro Humberto Filipe.Apesar da bravura não o incomodar muito, o “64” foi, no entanto, pela sua espectacularidade, um dos mais famosos toiros que pisaram os nossos caminhos nos arraiais taurinos e que ficam no galarim da tauromaquia terceirense, sem nos sair da memória para sempre.Só “ligava” a muros ou varandas com dois ou mais metros de altura, com os seus espectaculares voos, que mais parecia um gato.Sorrateiramente olha a assistência, em especial senhoras, como rapaz solteiro que procura nora para a mãe, mas, logo de seguida, lá vai o salto com uma rapidez impressionante e quantas vezes uma senhora não foi atingida, ficando com o peito babado e tombar de costas para o chão?Gostava de, também, beber as suas cervejas com petiscos e a tasca do Pedro foi a mais “visitada”!!Com todos estes aparatos no empolgar multidões, nas suas fenomenais reacções, já era conhecido pela aficion (e não só) com vários cognomes, como seja “o toiro das mulheres”, “o fenómeno das touradas”, “o monstro dos muros e tapadas”, etc.Nasceu em 1999 e morreu subitamente a 27 do corrente, com apenas nove anos de idade, numa média de vida que se poderia prolongar por mais cinco ou seis anos.Era filho da vaca nº 19 (ainda viva) e do célebre e pujante toiro nº3, este bravo de verdade, falecido há pouco mais de um ano, e que também dava os seus venenosos saltos, mas com menos perfeição que o filho (o pai era mestre na bravura e o filho no salto em altura!)Deu cerca de 50 cordas, calculando-se que talvez rondasse as 100, se vivesse a média de vida de 14 ou 15 anos. Morreu solteiro e sem filhos.Trombose, segundo o médico veterinários – que tudo fez para o salvar -, foi a causa da repentina morte.Não temos memória de morrerem toiros (pelo menos tão subitamente) com esta doença. Ficou assim a festa dos toiros na Terceira mais pobre!
Texto retirado do Diário Insular
José Henrique Pimpão